terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Prognóstico

Meu futuro
é escuro.
Claro.

Receita

Meu passado nunca é ao ponto
é bem passado
e pronto

Motim

Vou pôr em greve
minhas poesias
Fechar o meu peito
e arrumar outro jeito
de me expressar
Até que esse medo termine
ou que a vida ensine
que no futuro
(se futuro houver)
não há nada a temer
nem há nada a evitar

Detalhes

Ironias da vida
a gente chegar juntos
em locais separados

Busca

Onde está a chave
desse cofre
em que guardo minhas lágrimas
chamado 'meu peito'

Gramática

Redundância:
o "boa noite" do porteiro
após o teu sorriso

Lógica Drummoniana

Quando há 100 razões
para se reclamar de uma noite
e apenas uma para torná-la perfeita
(você)
esta prevalece

Torpor

Que fim é esse
que não termina
Esse escuro
que ilumina
Esse sorriso
que fica a chorar
enquanto o choro
procura sorrir
Essa contradição
Esse sim talvez não
Essa vontade de ficar
a me fazer partir

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Detalhes

Ironias da vida
a gente chegar juntos
em locais separados

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Injustiça

Você com esse seu sorriso
e eu sem poder sentir saudades

Dilema

Como pode o poeta
sentir e não dizer?
É como ser um pescador
que evita se molhar

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Projeto

Vou escrever uma poesia
que só tenha fim
para falar de sentimentos
que não têm nem começo

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Ultimato

Não aguento mais
chorar sem lágrimas
sorrir sem graça
falar sem alma
dormir sem sono
comer sem gosto
andar sem rumo
fugir sem meta
sofrer sem pressa

Que a vida seja
mais branda comigo
Ou que ao menos
inverta a preposição

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Fato

O que precisa de motivo é alegria
a tristeza é auto-suficiente

Silêncio

Solidão
é um 'bom dia'
sem eco

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Guerra

Gaza
Iraque
Complexo do Alemão
Meu peito

Há lugares em que paz
parece impossível

Reveillon

Todo ano novo
é a mesma coisa