12/02/07
A postura da maior parte da imprensa brasileira e carioca na cobertura da última barbárie com um menino de seis anos é altamente reprovável. Sob o disfarce da "investigação jornalística", as matérias trazem em si um conteúdo de drama, levando os leitores às lágrimas mas os afastando da racionalidade necessária para se discutir um tema fundamental como este.
A postura da maior parte da imprensa brasileira e carioca na cobertura da última barbárie com um menino de seis anos é altamente reprovável. Sob o disfarce da "investigação jornalística", as matérias trazem em si um conteúdo de drama, levando os leitores às lágrimas mas os afastando da racionalidade necessária para se discutir um tema fundamental como este.
Manchetes espetaculares, fotos desnecessárias e depoimentos colhidos no auge da emoção são ingredientes importantes para vender jornal. Porém, um assunto como este (e como outros que aconteceram há não muito tempo) deve servir mais do que para embrulhar peixes nos dias seguintes. E a imprensa poderia adotar uma postura mais pró-ativa, capaz de ser o canal entre a população e as autoridades. Alguns poucos veículos têm buscado agir dessa forma. O problema é que a maioria insiste na lógica comercial, usando a desculpa canalha e irreparável de que "publica aquilo que o povo quer ler". E nós ficamos aqui, esperando novas manchetes que substituam essa triste história que será esquecida por todos - exceto pelos familiares e amigos - jogando fora a chance de discutir, minimamente, as mudanças que a sociedade atual exige para não continuar nessa "autofagia social".
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