Quem conhece um pouco mais a televisão brasileira sabe que o programa "Deles e Delas" é um palanque fixo do governo do Rio de Janeiro. Apresentado nas madrugadas de domingo para a segunda, a atração(?) traz sempre entrevistados ligados ao governo (antes de Rosinha, agora de Cabral), e seus apresentadores (Leleco Barbosa e Gilce Campos) passam todo o tempo a enaltecer tal obra, vangloriar determinada ação, enfim, a supervalorizar (e bota super nisso) os programas do governo estadual.
Mas neste último domingo, a situação ultrapassou até mesmo os largos limites do programa. O entrevistado da vez, o secretário estadual de transportes Julio Lopes, em meio a suas hipérboles eleitoreiras, falava sobre o trabalho da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro), que congrega os sindicatos de empresas de ônibus do estado. E aí aconteceu o despautério. Julio pôs-se a elogiar a federação, alegando que o serviço prestado é de qualidade reconhecida, com segurança, celeridade e eficiência. Durante alguns segundos, tive dúvidas se o entrevistado não era secretário de transporte de alguma cidade da França ou da Suíça. Acordei e vi que não. Era apenas mais um político que demonstrava descaso com os problemas enfrentados pela população todos os dias em ônibus velhos, mal cuidados, lotados e com profissionais grosseiros. Deve ser porque o estado (dinheiro nosso) oferece para ele carro particular com todas as benesses que faltam a quem depende do transporte coletivo. Em seguida, entraram os comerciais. Alguém adivinha de quem foi a propaganda?
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