terça-feira, 29 de maio de 2007

Na lona

Eu, palhaço de circo,
às vezes brinco que choro
só pra chorar de verdade

Prismas

Achei um trevo de quatro folhas
e o arranquei para me trazer sorte
Minha vida se manteve a mesma

Mas o trevo, que morreu,
esse não teve sorte nenhuma

Oposição

Minha vida não é efêmera
Do contrário
Demora igual natal de criança

Já cheguei aos 70
Mas meu corpo, lá atrás,
cisma em nem bater os 30

Devaneios de um amigo de verdade

Tristezas,
por que mantê-las?

Saudades,
por que matá-las?

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Quem não deve...

Quando eu era pequeno, certa vez, fui injustamente punido no colégio. Queixei-me à minha mãe e lhe disse que estava com medo de encarar o professor que, sem me dar direito à defesa, havia me julgado culpado. Ela então disse-me "Se você não tiver, de fato, feito nada, não tem o que temer. O medo é algo que só aflige aos culpados. Os inocentes são tranqüilos."

Lembrei dessa história particular ao ver a polvorosa em que se encontra o Congresso Nacional. Deputados e Senadores assustados com uma suposta lista de parlamentares envolvidos em transações licitatórias pouco ortodoxas, em poder da Polícia Federal. É um tal de deputado criticar a PF, senador reclamar de arbitrariedade, e por aí vai. Ainda que sejam todos inocentes, a imagem que passam para a sociedade é pior do que qualquer condenação. Uma casa tão importante para a nossa democracia, que já fora manchada por recentes escândalos, agora se vê enlemeada pelo medo de quem deve muito.

Ausência marcante

A ausência do maior ídolo da história do Vasco em todos os tempos, Roberto Dinamite, na festa do milésimo gol de Romário, é fato vergonhoso para o clube. O que já seria deselegante em outros lugares é ainda mais agravante no caso de São Januário, que sempre foi pioneiro na falta de censura, desde o início, quando se tornou o primeiro time do país a contar com negros em seu elenco.

Romário é craque e fez história, mas está longe de ser o que Dinamite é para o Vasco. Enquanto o baixinho vestiu a camisa de mais dois clubes cariocas (um deles o arqui-rival Flamengo), Roberto esteve a maior parte de sua carreira no Vasco. Além da tentativa estrangeira, saiu apenas para uma breve temporada na Portuguesa e para jogar no Campo Grande, quando a diretoria do Vasco injustamente o abandonou. Qualquer vascaíno de verdade sentiu sua falta na festa contra o Sporte-PE. Somente a ditadura de Dom Miranda é capaz de permitir esse tipo de absurdo.

Parabéns ao JB que fez uma matéria de meia página em seu caderno de esportes sobre o assunto , na última segunda-feira, dia 21/05.

Enfim

Fiquei cerca de 15 dias sem acesso à internet. Mas não me furto de comentar sobre assuntos requentados.

Enfim, o milésimo saiu. Se não veio com a pompa que Romário e Dom Miranda queriam, foi uma cena bonita a emoção do baixinho abraçado à sua mãe.

Mas, agora que a festa virou história, era a hora de parar. É fato que Romário, na atual situação, não ajuda muito a um time. E sua impossibilidade em jogar os jogos que são realizados longe do Rio, do contrário, atrapalha qualquer entrosamento. Sua maestria e seu talento ainda podem permitir que ele, em alguns jogos, faça mais gols. Dependendo do nível do adversário, até mais de um. O preço disso, entretanto, quem pagará a conta será o time, que tende a ser irregular. A festa foi bonita e, acima de tudo, merecida. Mas agora o momento é de voltar as atenções para o Vasco e colocar os interesses da instituição acima de qualquer coisa.

Isso se fosse um clube sério, com dirigentes sérios e competentes. Penso e logo caio na real. É o Vasco, time carioca e brasileiro, dirigido por Dom Eurico Miranda. Ou seja, Romário fará o que quer. E ponto.

Aliás e a propósito

Se Romário quer fazer uma parada com estilo (ganhando um campeonato ou, quem sabe, sendo artilheiro), o melhor lugar não é o Vasco.

Salvo uma supresa futura (e como eu gostaria dessa surpresa), na melhor das hipóteses, o clube cruzmaltino, nesse Campeonato Brasileiro, irá lutar pela última vaga da Copa Sul-Americana de 2008. Isso se não passar o certame inteiro fugindo da segundona.

Culpa da administração personalíssima e ditatorial de Dom Miranda e do qualidade (?) do trabalho do técnico vascaíno.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Padrões brasileiros

Fui alertado pelo meu primo, há dias. Vocês já perceberam como, no Brasil, quando funcionário público quer reivindicar alguma coisa, ele faz uma "operação padrão"? Na prática significa que se o servidor está insatisfeito, ele trabalha da forma correta (como deveria ser sempre), para pressionar o governo a atender seus pedidos e ele, então, voltar ao trabalho normal (daquele jeito que todos conhecem).

Parece piada. Mas é o Brasil.

Inferência

Não acordo porque tu choras
Eu acordo porque te amo

Temporal

Hoje acordei tão cedo
que era quase ontem
No fundo, eu acho,
era medo
do amanhã

terça-feira, 1 de maio de 2007

Dá pra desenhar?

Só pra eu entender uma coisa. No campeonato paulista, os dois melhores colocados que não sejam da capital disputam o troféu "campeão do interior". A disputa, esse ano, será entre Guaratinguetá e Noroeste.

Mas a final do campeonato é disputada entre o Santos e o São Caetano que são do... interior! Ou seja, teremos dois campeões do interior? É cada regulamento...