A falta de ações concretas e o excesso de bravatas e frases de efeito de nosso governo federal são fatores cruciais para o crescimento dos nossos problemas aeronáuticos, que atingiu seu ápice na tragédia de ontem, com o avião da TAM, em São Paulo. Nunca na história deste país, como repete D. Luís aos quatro cantos, tanta gente morreu em tão pouco tempo por conta de acidentes aéreos. O pior disso tudo, além da dor que contagia a todos nós diante de cenas de parentes desesperados e aflitos, é não termos a certeza de que amanhã ou qualquer outro dia esse recorde possa ser novamente quebrado pela inércia de um governo que, vergonhosamente e sem explicações plausíveis, mantém a frente do Ministério da Defesa um cidadão incapaz de controlar a crise aérea e que vê um novo acidente de grandes proporções ocorrer antes que o anterior tenha sido satisfatoriamente explicado.
Ainda que neste governo não houvesse qualquer outra falha (e há inúmeras), somente esta seria suficiente para que qualquer pessoa que dele faça parte, do chefe ao menor dos assessores, seja legitimamente vaiada em qualquer cerimônia pública onde a população, democraticamente, possa expor sua real opinião, sem as deturpações dos institutos de pesquisa. A suposta vergonha que as vaias atribuídas a D. Luís na abertura dos jogos Pan-americanos poderiam causar ao país é infinitamente menor do que os danos à imagem brasileira, no exterior, graças a incompetência do governo federal perante os problemas áereos do país. A esperança, que outrora vencera o medo, certamente explodiu ontem, junto com o avião da TAM.
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Um comentário:
nao sei bem como reagir, mas sei que já passou o tempo quando sentia vergonha de mim, por querer sair deste país.
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