sábado, 15 de março de 2008

Infindade

(do livro "Certas incertezas", de abril/2004)

Ando falando sozinho pelas ruas
que é pra ver se você me escuta
mas, putz, você nem me ouve
Mas não tem nada não
Um dia eu te telefono
e te tiro do teu sono
só pra te dizer que tá tudo mudado
Que eu não tô mais casado com a tristeza
Que eu a troquei pela certeza
de te querer do meu lado

Mas talvez, nesse dia
nesse mês, nesse ano
a ligação dê engano
ainda que você atenda
E exista uma outra mão
que toque a sua
um outro olhar
contempla a lua
ao lado do teu
E eu?

Bom, eu vou pegar o vinho
e brindar sozinho
à nossa louca relação
Seguindo perdido
feito um doido varrido
mas nos fazendo unidos
pela minha solidão

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