Lula e Sérgio Cabral tem mais do que interesses políticos para manter esse clima de "Alemão & Iris" entre os governos federal e estadual. Eles falam a mesma linguagem. Em suma, são dois sobre quem pode-se dizer, sem medo de errar, que são "farinha do mesmo saco". Ambos adoram uma frase de efeito, uma bravata daquelas que se torna manchete de jornal no dia seguinte (ou manchete de sites em poucos minutos). Dessa forma, chamam a atenção dos menos instruídos, fazendo-os sentir que têm a mesma opinião do presidente ou do governador. E com isso, garantem os votos e a complacência política da maior parte da população, sem ter de discutir os problemas a fundo com ninguém.
Foi isso, e só isso, o que aconteceu hoje, durante as comemorações pelo Dia Internacional da Mulher, na Cidade do Samba. Lula fez sua bravata ao afirmar que "sexo é uma coisa que todo mundo gosta e é quase uma necessidade orgânica". A alfinetada na igreja foi só para garantir a aparição em destaque. Daqui a algum tempo, ele aparece de braços dados com algum bispo, padre ou frei e, até lá, já teremos todos, católicos, espíritas, evangélicos e macumbeiros, esquecido deste episódio.
O testemunho de Cabral, garantindo que continua "sujeito-macho" mesmo depois da operação de vasectomia, segue a mesma linha das palavras presidenciais. Não serve para nada. No máximo para as mulheres falarem para os maridos frases como "viu, banana? Ele fez e tá lá. Toma vergonha e vai cortar isso aí, senão corto eu mesma".
O fato é que ambos estão nos sites de hoje e estarão nas capas dos jornais de amanhã. Durante a semana, alguns bares e botequins terão discussões sobre a virilidade de Cabral e os pecados de Lula. Mas uma abordagem séria sobre o aumento no índice de casos de AIDS e a enorme quantidade de adolescentes grávidas, isso nós não teremos. Afinal, falar sério de política no Brasil dá menos ibope que reprisar novela.
Foto: O Globo Online
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