terça-feira, 7 de abril de 2009

inconfissões

para G.

Estranha vida essa minha
em que ser forte me dói
e sentir dor me fortalece
onde lágrimas alegram-me a alma
e os sorrisos me ferem o corpo
capaz de sentir-me só entre os que me querem bem
e, na solidão, rodear-me de todos que desejo
vida em que preciso de nada
e que tudo faz-me falta
em que só há coerência quando uma breve palavra
até bruta às vezes
soa como música, à boca pequena de um pingo de gente
declamada como o maior de todos os poemas
seguida de um abraço, de um sorriso ou de algumas lágrimas
mas que de tão bela nem Mozart, um dia, se pôs a ousar compô-la:
"pa...paaai"

Um comentário:

Juliana Cidade disse...

Rapha, descobri seu blog! Que lindo isso aqui, me emocionou! É o mesmo que sinto ao ouvir "ma... manhê".